quarta-feira, 16 de julho de 2008

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Esporte não é a minha praia


A pedido do pessoal do Grande Áera resolvi contar minhas peripércias no mundo futebolístico. Nunca fui dado a esportes, todo mundo sabe disso., mas aceitei o desafio. Minhas atividades físicas sempre estiveram ligados ao ócio, nada de correr, nada de levantar pelos, nada envolvendo muito suor ou contato físico com outros do mesmo gênero. Preferi sempre o levantamento de copo e arremesso de bitucas. Suor e contato físico prolongado, só nos esportes de alcova.

Minha falta de habilidade eu credito à minha mãe (que Deus a tenha em bom lugar). Dona Josina, uma rio-grandense das bravas, não queria me ver machucado nem mesmo me envolvendo com os garotos que ela considerava serem maus-elementos. Também não podia jogar peteca (bola de gude) ou soltar papagaio. “Isso é coisa para vagabundo”, sentenciava ela. Ai de mim se desobedecesse.

Às vezes eu escapava e ia bater uma bolinha com os amigos lá no campo do Vasco. Mas, como era perna de pau, não era o dono da bola ou das redes, nem mesmo do campo ou da quadra, ficava mesmo na reserva ou no gol. Até embaixo das traves era ruim.

Certa feita acompanhei uns amigos para uma pelada no campinho do Rio Branco, localizado atrás do estádio José de Melo. Era o dia em que a seleção juvenil do Acre jogava contra a mineira. A idéia era ficar batendo bola e depois pular o muro e assistir a partida degrátis.

Na linha eu não desenvolvi bem e terminei no gol, como sempre. Foi nesse dia que resolvi abandonar de vez o futebol e reconhecer que minha mãe tinha razão. Em um lance rápido, o atacante, que não me lembro o nome, chutou forte contra a minha área. A bola estava fácil de pegar, mas, quando vi, ela estava crescendo rápido demais contra o meu rosto, tomei um tremendo susto e botei a mão na frente meio desajeitado. Não sei onde a bola foi parar, mas vi a mão virar para trás. Se tivesse tendência, não teria mais problemas para desmunhecar.

A dor era forte, mas continuei no local, mas agora bem distante da peleja futebolística. Como combinado, pulamos o muro burlando as catracas do estádio, mas não assisti ao jogo. A dor não me deixou em paz e, por volta dos 30 minutos da partida o meu pulso já era a parte mais gorda do meu corpo. O inchaço era tamanho que tive que sair às pressas para o hospital, fui atendido pelo doutor Queiroz, o mais famoso ortopedista do Estado. O braço foi imobilizado e recebi alguns medicamentos para conter a dor e evitar inflamação.

Minha carreira acabou aí. Tentei outras vezes, mas lembrava sempre dos conselhos de mamãe. Diminui também esportes alternativos ligados ao álcool e a tabaco. Mantenho o de alcova, mas nesse até que bato uma bolinha.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Tião, não sei jogar futebol mas adoro futebol por causa da cerveja, do Palmeiras e da festa que faço nos Estádios! Adoro! Se bem que agora, poucos estádios vendem cerveja... Até o Arena vai parar de vender! Que chato, futebol sem cerveja! Bjs