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A maldição do jornalista
A maldição do jornalista
Certa vez ministrei uma palestra para alunos do curso de Jornalismo do extinto Iesacre. Lá pelas tantas disse não indicava a ninguém a profissão de Jornalista. Alguns deles até disseram, algum tempo depois, que minha fala imprópria e que se sentiram decepcionados e frustrados. De acordo com eles, eu não deveria ter falado aquilo, pois tinham o direito de descobrir sozinhos o quanto não é fácil ser jornalista.
O que falei não tinha o objetivo de desestimular, mas de dizer que ser jornalista é uma opção de vida, um sacerdócio ou, como diria Antonio Stélio, uma cachaça. Quem não estiver disposto a viver nessa condição, creio eu, não terá o direito de se dizer jornalista, tenha o diploma ou não.
Essa semana que findou terminei de ler o último livro de Marcelo Rubens Paiva: “A segunda vez que te conheci”. O livro conta a história de um jornalista que “depois de ver o seu segundo casamento ruir e perder o emprego, vai morar num flat, e no prédio conhece uma prostituta. Quando percebe, está gerenciando uma dezena de garotas de programa. Esse novo homem, porém, é colocado em xeque com o reaparecimento de sua primeira mulher”. O livro é excelente, recomendo. Mas não é bem do enredo que quero tratar aqui, mas de um pequeno trecho que explica claramente o que disse acima. Ele chamou de “A maldição do jornalista”. Quem lê não terá dúvidas do que essa é realmente uma profissão para loucos. Vejam o texto que reproduzi a seguir.
A maldição do jornalista
1 – Não terá vida pessoal, familiar ou sentimental.
2 – Não verá o filho crescer.
3 – Não terá feriado, fins de semana ou outro tipo de folga.
4 – Terá gastrite, se tiver sorte. Se for como os demais, terá úlceras.
5 – A pressa será o único amigo, e as refeições principais serão sanduíches, pizzas e pães de queijo.
6 – Os cabelos ficarão brancos antes do tempo. Se sobrarem cabelos.
7 – Sua sanidade mental será posta em cheque antes que complete cinco anos de trabalho.
8 – Dormir será considerado período de folga; logo, não dormirá.
9 – Trabalho será o assunto preferido, talvez o único.
10 – As pessoas serão dividias em dois tipos: as que entendem de comunicação e as que não.
11 – A máquina de café será a melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não fará mais efeito.
12 – Happy hours serão excelentes oportunidades de ter algum tipo de contato com outras pessoas loucas como você.
13 – Sonhará com a sua matéria. E não raramente mudará o título dela e algumas palavras enquanto dorme.
14 – Exibirá olheiras como troféu de guerra.
15 – E, o pior, inexplicavelmente, gostará disso tudo.
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Um comentário:
Tiao! Eu quero ser professora do curso! hahaha E o primeiro livro que vou fazer os alunos lerem é um do Clóvis Rossi, chamado "Vale a pena ser jornalista?". É de uma coleçao de livros sobre profissoes, tem de engenheiro, médico, advogado... Enfim, quando a gente acabar de ler, só duas coisas podem acontecer: Ou vc se dedica de corpo e alma à profissao, ou deseparece do meio jornalístico (bem extremista mesmo!). O livro trás dados como que o jornalista é o profissional liberal que morre mais cedo (pelos riscos da profissao), é o profissional que menos se aposenta (pq nao dá tempo, ele morre antes, se nao pelos riscos, pelos problemas de saúde que adquire), entre outras coisas... É um livro pequenino e antigo, nao vi mais pra vender em livrarias, só em sebos pela internet, mas eu sei que lá na Biblioteca da Paim tem! Fica a dica. =) bjos!
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