quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Futebol e nostaugia

Não sou o tipo que curte esporte, todos que me conhecem sabem disso. Durante muito tempo fui adepto apenas do levantamento de copo e do arremesso de bitucas. Confesso, porém, que senti vontade de ir ontem a Arena da Floresta para ver o jogo entre o Rio Branco e o Botafogo, ah!, isso senti. O estádio estava lotado. Famílias inteiras prestigiaram o evento. Queria eu ter ido lá com os meus filhos e ajudar a fazer coro nessa grande festa do esporte acreano.

Não fui. Infelizmente perdi a festa, pois estava no trabalho.

Vi pela televisão alguns lances e pude observar a euforia nas arquibancadas. Lembrou o tempo em que o futebol no Acre tinha mais vigor e que os embates se davam no estádio José de Melo, no centro da cidade. Tive a oportunidade de ver algumas partidas do Copão da Amazônia, em que os times acreanos eram tinham sempre bom desempenho. Hoje, só o Rio Branco consegue levar um publico maior aos estádios.

A verdade é que os times acreanos não se desenvolveram. Pelo contrário, atrofiaram ao longo das décadas de 1980 e 1990. Eles até existem de direito, mas, de fato, não passam de grupos que se unem, vez por outra. Não há investimento, não há preparo, não há incentivo. Apenas o governo do Estado, o que parece, injeta dinheiro no futebol acreano. Os times não conseguiram manter uma organização que sensibilize o empresário local a financiar suas equipes. Então acabam com o pires na mão pedindo dinheiro ao governo até para comprar os uniformes dos jogadores.

Por outro lado, os empresários acreanos não adquiriram sequer a cultura de fazer publicidade de seus negócios, sequer entendem a importância de financiar um time de futebol. É lógico que há exceções, mas a grande maioria dos empresários acreanos prefere botar um cabra se esgoelando com um microfone em frente às suas lojas a pagar uma mídia na televisão ou no jornal. Então esses jamais imaginariam o nome ou o logo de seus empreendimentos na camisa de um jogador sendo visto por milhares de pessoas em um jogo de futebol. Talvez acreditem que não vale a pena.

Esse quadro está mudando. Empresários de outros Estados estão se firmando por aqui e vêm de uma outra cultura, onde a forte concorrência os obriga a buscar todos os meios para chegar a seus clientes. Talvez em alguns anos seja possível ver outros times, além do Rio Branco, recebendo incentivos financeiros de grandes empresas. Torço para que isso aconteça com o Independência, que é o time que aprendi a gostar desde a infância.

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