quinta-feira, 24 de maio de 2007

A irmã Mirian


Ao longo de nossa vida nos apaixonamos por muitas pessoas. Não falo aqui da paixão carnal, mas daquele que provêm da admiração que temos por outra pessoa que pode ser um amigo ou amiga, um parente, um professor ou alguém que pouco conhecemos. Temos por essas pessoas muito carinho, admiração, atenção e, acima de tudo, muito respeito.
Espelhamo-nos nessas pessoas e buscamos reproduzir em nós muitas das qualidades que nelas vemos. É bem verdade que raramente conseguimos, mas elas serão sempre nosso exemplo.
No rol de grandes pessoas às quais dedico o título de apaixonante, estão incluídos os meus pais e muitas outras pessoas que agora não teria condições de relacionar. Mas há uma que gostaria muito de falar aqui.
Trata-se de uma freira, que também é uma grande educadora. Ela chama-se Mirian Stolf, uma catarinense que morou no Acre no final da década de 1980. Eu a conheci em Assis Brasil, quando passei dois anos por aquelas bandas. Estudei com ela, pois aproveitei minha estada lá para concluir o segundo grau em magistério. A irmã Mirian me ensinou muito e me fez mudar muitos dos conceitos sobre a vida, sobre a família, sobre o amor e sobre a religiosidade que tinha até então. Quem a conheceu sabe que não é difícil se apaixonar por uma mulher como aquela. A irmã Mirian era é uma das pessoas mais bonitas que já vi na vida. A beleza dela não era apenas física, era do todo.
Bom, em 1989 saí de Assis e voltei para Rio Branco. A irmã Mirian também e outras pessoas com quem convivia fizeram a mesma coisa, como é o caso da também educadora Graça Rêgo, que foi minha chefe na Inspetoria de Ensino daquela cidade. Essa também é uma pessoa extremamente apaixonante que talvez um dia eu fale sobre ela por aqui. A irmã Mirian foi para á África. Viveu em Angola até o ano passado ajudando os mais carentes e os refugiados da guerra. Ela não arredou um só passo de lá, mesmo quando, no auge dos combates, a maioria dos estrangeiros não agüentou e saiu do país. Problemas de saúde a fizeram voltar para o Brasil e hoje ela desenvolve o mesmo trabalho em comunidades carentes da cidade de Planaltina de Goiás.
Como relatei acima, em 1989, sai de Assis Brasil para Rio Branco e, desde então, perdi o contato com a irmã Mirian. Às vezes tinha alguma notícia dela, mas nada de substancial. Até que não mais soube nada a respeito. Há uns dois ou três anos resolvi fazer uma busca virtual pela irmã Mirian. Me vali do Google e vez por outra digitava o nome dela, mas sempre sem sucesso. Em meados do ano passado eu finalmente obtive um retorno. Era uma poesia dela, divulgado em um site mantido por religiosas. Nem me lembro mais o nome e o endereço dele. Confesso que a emoção tomou conta de mim. Eu não me contive e mandei um e-mail e logo obtive resposta com o endereço de e-mail da irmã Mirian. Eu fiquei com esse endereço mais ou menos uma semana imaginando como escreveria a primeira mensagem para ela até que mandei a mensagem. A resposta foi imediata e também emocionante. Imprimi o texto e mostrei para meus amigos e minha família. Emociono-me sempre que me lembro disso.
Infelizmente, novamente perdi o contato, até que há uns dois dias novamente consegui contato. Agora creio que não mais o perderei.
A boa notícia é que essa mulher tão maravilhosa deve vir ao Acre em poucos dias. Ela estará em Assis Brasil no dia 4 próximo. “Vamos celebrar com muita simplicidade os 20 anos de nossa presença naquela realidade que, na verdade, para mim foi uma grande escola”, disse ela em seu e-mail.
Meus amigos, para finalizar esse post, eu afirmo: a irmã Mirian foi a grande mestra da escola a que se refere e todos que a conheceram foram seus fiéis e dedicados alunos. Rendo a ela aqui todas homenagens como um dos que mais foi tocado por essa grande mulher.
Seja bem vinda, irmã Miriam, seus alunos a aguardam.

PS: Essa foto eu roubei do site mencionado. Nela a irmã Mirian aparece ao lado de crianças angolanas, na África

6 comentários:

Unknown disse...

Hummmmm... se apaixonou pelo professor né, Tião?
huahauahauahauahauahauahua...
brincadeira!
amei o texto...
muito verdadeiro! concordo com vc em tudo!

Cartunista Braga disse...

Ei, Vitor, que belo texto, mano véi. Sempre o bom Tião que eu aprendi a admirar, faz é hora, desde os tempos do Grupo do Palhaço Tenorino e da Tribo da Arte, lembra? O tempo que gente sonhava... Grande abraço e bem vindo ao mundo blogger.

Anônimo disse...

Oi menino..saudades,
Amei a matéria sobre a irma Miria...pessoas especiais jamais são esquecidas.

Ana Agostinho (da sua turma de magistério)

Tião Vitor disse...

Oi, Ana
Que saudade de você e dos amigos que fiz naquela turma. Sempre lembro de vocês. Qualquer hora apareço aí para matar a saudade.

Um grande abraço

Anônimo disse...

Oi, tião
que materia lgal essa com a irmã Miriam, quem a conhece sabe que ela é merecedora de tudo que você escreveu e muito mais.
Abraço Graça Rego

Anônimo disse...

Não posso ler essa reportagem sem deixar meu comentario mais uma vez.
Tião você continua sendo aquela pessoa que conhecie em Assis Brasil,batalhador, homesto e reconhecedor das qualidades que as pessoas têm, fico feliz por ler esta reportagem sobre a Irmã Miriam a qual admiro muito, e você sabe o quanto ela foi importânte para mim, para você e para outras pessoas que foram injustiçadas pelos chamados"donos do poder".
Parabéns mesmo pela postagem.
Graça REgo